Sebastian Vettel marcou presença no fim do semana do GP de São Paulo para fazer uma nova homenagem a Ayrton Senna na temporada que marca os 30 anos da morte do tricampeão mundial da Fórmula 1. Assim como fez em Ímola no início do ano, o alemão reuniu os pilotos no autódromo de Interlagos e desta vez apresentou um capacete gigante ostentando o design icônico do brasileiro feito de materiais reciclados.
A intenção de representar tanto o legado de Senna quanto a necessidade urgente de conscientização ambiental no mundo de hoje uniu duas características marcantes de Vettel, a de valorizar a história de nomes marcantes do automobilismo e a preocupação com causas ambientais.
“A ideia de pensar em Interlagos e continuar contando a história de Ayrton, e me inspirar em uma pessoa que teve a coragem de falar e foi muito compassiva, era tentar criar algo que durasse”, disse Vettel em entrevista ao site da Fórmula 1. “Pensei imediatamente em uma escultura ou instalação, então nos reunimos com o artista brasileiro Mundano e o artista alemão Matthias Garff, e decidimos optar pelo capacete, porque o capacete é um chamariz muito forte quando se trata de reconhecer um piloto – é uma espécie de item mais pessoal que você tem”.
Fã de Michael Schumacher na infância, Vettel também passou a admirar Senna não só pelo talento nas pistas. O tetracampeão mundial exaltou o poder inspirador do ídolo brasileiro e se mostrou orgulhoso com mais um tributo especial “no qual você pode entrar e vivenciar”.
“Obviamente, sou alemão, então, quando criança, Michael era e ainda é meu herói”, disse Vettel. “Acho que o que Ayrton representava é mais do que apenas correr. Acho que para as pessoas no Brasil ele ainda é um personagem tão poderoso, e há muita inspiração para ser tirada disso. É por isso que me sinto muito orgulhoso de termos conseguido esse [projeto de capacete] juntos, de ter os pilotos se juntando e de ter a instalação ao lado da pista durante todo o fim de semana”.
Junto com a apresentação do capacete reciclado de Senna, Vettel organizou um desafio com catadores em Interlagos com o objetivo de dar visibilidade aos quase um milhão de catadores de lixo no Brasil e aos 20 milhões ao redor do mundo. Na visão de Vettel, é importante mostrar a conexão entre e a importância das causas sociais e ambientais.
“Muito pouco do lixo do Brasil é reciclado”, explicou ele. “Além disso, [precisamos] olhar para o quadro geral, não apenas para o Brasil inteiro, mas [ver] o lixo como um recurso e não apenas como lixo. É um recurso que pode ser circular, que pode ser totalmente reciclado. Ao projetar um produto desde o início, você deve pensar no que acontece com ele no final de sua vida útil – não apenas vendê-lo para alguém no mundo e ficar feliz com o dinheiro que vem com isso. É pensar como um recurso, porque obviamente ele veio de algum lugar em primeiro lugar e deveria ir para algum lugar novamente, não acabar em aterros sanitários, em lixões ou nos oceanos. Então, em resumo, é isso que estamos tentando fazer”.
“Acho que o momento é oportuno. Obviamente, nosso mundo está mudando rápido e há tantos tópicos quando falamos sobre o meio ambiente que precisam ser abordados, tantos tópicos quando falamos sobre questões sociais, mas é importante entender que eles estão conectados”, finalizou.