Marlene Matheus foi presidente do Corinthians entre os anos de 1991 e 1993. Chegou ao poder graças a uma estratégia eleitoral do seu marido, o lendário Vicente Matheus, mandatário do clube nos anos anteriores. Matheus lançou a esposa como sua sucessora e emplacou.
Foi no período em que Marlene esteve no comando do segundo clube mais popular do país que um premiadíssimo publicitário brasileiro de sucesso mundial tentou ajudar seu time do coração a aumentar receitas, mudar o visual e ter um grande banho de loja na sua marca. O futebol paulista via o São Paulo de Telê Santana no topo e o Palmeiras ensaiando seus primeiros passos com a Parmalat. O Corinthians vivia um momento pior do que os rivais.
A imprensa foi convocada na sala da presidência do Parque São Jorge e lá o publicitário apresentou várias ideias para bombar o Corinthians do ponto de vista do marketing. Até mesmo uma modernizada no escudo corintiano foi proposta, com linhas mais leves e maior visibilidade. A camisa dois, preta, com linhas finas verticais em branco também ganhou destaque com uma arrojada mudança de visual.
No meio disso tudo, um projeto de marketing ambicioso, arrojado, para atrair patrocinadores e, além disso, criar produtos com a marca Corinthians (o ano era 1992 ou 1993 e o licenciamento das marcas dos clubes ainda nem era um sonho).
Jornalistas e dirigentes assistiram à apresentação atentamente. Vinda de um gênio da publicidade, era algo a ser muito respeitado.
Ao final, Marlene Matheus concedeu entrevistas, animada com as possibilidades. Entre uma resposta e outra aos microfones que a cercavam viu Vicente Matheus passar ao seu lado. Puxou o marido pelo braço e falou para todos ouvirem:
– Amor, essa história dos produtos com a marca do Corinthians, aquele mercadinho ao lado de casa pode fazer isso.
O projeto nunca foi adiante. O criador: Washington Olivetto.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.