A reivindicação não foi feita por conta de lesões. Esta estratégia esperta do grupo de jogadores que se manifestou contra a utilização de gramados sintéticos no futebol brasileiro levou o debate para um outro lugar, mais confortável para os atletas.
No início da semana, assim que Lucas Moura, Neymar, Memphis Depay, Thiago Silva, Gerson e outros grandes jogadores que atuam no país emitiram comunicado conjunto nas redes sociais sobre o tema, a resposta foi quase que imediata. Primeiramente do Palmeiras, que utiliza piso artificial em seu estádio e respondeu refutando “argumentações rasas”. Entenda-se como “bobagens sobre provocar mais lesões”.
Há estudos que dizem que não provoca e há outros dizendo que sim, provoca. Agora, isso pouco importa porque a bronca dos jogadores não fala em contusões.
Se faltava clareza, ela desapareceu na quarta-feira quando Lucas Moura veio a público e falou que o problema é que “futebol profissional deve ser jogado em gramado natural” e que “gramado sintético não pode ser alternativa para gramado natural ruim”.
Pronto… a partir daí, o debate pode avançar e ser positivo para o futebol brasileiro.
Porque se os atletas (aqueles que seguramente mais entendem sobre qualidade de gramado por razões óbvias) reclamam, obrigatoriamente precisam ser ouvidos sem que a conversa seja arrastada para o campo do clubismo.
Defensores do gramado sintético tentaram esvaziar a reivindicação dos atletas dizendo que, a partir deste tema, outros obrigatoriamente devem entrar em pauta como fair play financeiro, calendário, etc, etc, etc… todos temas evidentemente relevantes, mas que não podem servir novo impeditivo sobre debater o gramado.
No meio disso tudo a CBF, atrasada e convenientemente à margem das discussões relevantes revelou ter um estudo sobre sobre gramados sintéticos x gramados naturais com o tema: qual machuca mais. Viés que não está na mais na discussão.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BandSports.