A pista de atletismo dos Jogos Olímpicos de Paris tem tudo para ser uma das principais atrações do maior evento esportivo mundial. Na inédita cor roxa, a pista projetada pela empresa Mondo usa recursos sustentáveis e promete até melhorar o desempenho dos atletas.
A companhia italiana é parceira da World Athletics desde 1987 e foi encarregada de produzir uma pista de 17 mil m2 que será instalada no Stade de France e no vizinho Stade Annexe, onde os atletas vão treinar e se aquecer antes das competições.
Atendendo às solicitações do Comitê Organizador de Paris-2024, a pista terá três cores: dois tons de roxo (um mais claro e outro mais escuro) e cinza, para a parte mais externa da pista. Tudo preparado especialmente para novos recordes serem quebrados.
"Medimos a qualidade do nosso trabalho a partir dos recordes pessoais dos atletas", disse Maurizio Stroppiana, vice-presidente do setor esportivo da Mondo em entrevista ao site Olympics.com. "Se eles tiverem sucesso, isso significa que nossos produtos contribuíram e permitiram que eles desempenhassem seu melhor. Os recordes mundiais representam a cereja do bolo".
A busca pelo melhor desempenho dos atletas passa pela utilização de materiais reciclados, como explica Giorgio Lesage, diretor de inovação e sustentabilidade da Mondo.
"Trabalhamos muito para sermos mais eficientes em questões energéticas," diz Lesage. "Passamos de 35% de materiais renováveis e não-fósseis em Londres para mais de 50% em Paris. De 2012 até agora, reduzimos nosso impacto ambiental e estamos trabalhando para reduzir isso ainda mais. Os desafios para Paris se voltam ao desempenho e à sustentabilidade."
"Por ser de borracha, a pista possui uma boa interação com cadeiras de rodas, o que garante aderência e resistência," acrescentou Stroppiana. "Os atletas Paralímpicos estão muito satisfeitos. As próteses são mais agressivas na pista, mas a qualidade do nosso produto permite seu uso sem qualquer problema".
A tecnologia é outra grande aliada da empresa na produção da pista. O trabalho vai muito além do que é visto no momento da competição e envolve profissionais de diveras áreas como químicos, engenheiros e físicos.
"Para a pista, apenas vemos a estética, mas há um grande trabalho que vai além da superfície", Alessandro Piceli, gerente de pesquisa e desenvolvimento na Mondo. "Um novo grânulo de material polimérico feito especialmente para isso foi inserido na pista de Tóquio. Nós o tornamos ainda melhor agora. Temos químicos, engenheiros e físicos que cuidam do desempenho do material".
"Nosso modelo matemático nos permite realizar inúmeras simulações da forma geométrica do material das camadas inferiores, criando a cavidade idal para melhorar o desempenho esportivo", finalizou.