O judô brasileiro começou bem o Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia, e já garantiu uma medalha no primeiro dia de competição. Nesta sexta-feira, 21, o ligeiro Michel Augusto fez campanha perfeita nas preliminares e avançou à inédita final de Grand Slam na carreira, onde enfrentou o francês Luka Mkheidze, atual vice-campeão olímpico, e ficou com a medalha de prata.
“Estou muito feliz com meu desempenho. Essa foi minha segunda medalha internacional do ano, e minha primeira em Grand Slam. Achei a competição muito forte, com todas as lutas. Deixei a medalha de ouro escapar, mas vou continuar treinando e dando meu melhor para, nas próximas, ser campeão”, disse o brasileiro.
Cabeça-de-chave número dois da categoria, Michel pegou bye na primeira rodada e estreou direto nas oitavas de final, com vitória por ippon sobre o austríaco Vache Adamyan. Na luta seguinte, válida pelas quartas, passou pelo francês Enzo Jean com um yuko, e na semi venceu o anfitrião Tornike Maziashvili por waza-ari.
No confronto final, fez ótima luta contra o francês Luka Mkheidze, vice-campeão olímpico em Paris 2024 e multimedalhista no Circuito Mundial. O brasileiro começou atrás, levando uma punição por passividade, mas, nos minutos seguintes, se encontrou e levou perigo ao adversário, quase conseguindo pontuar em projeções perigosas. Mas, no golden score, em uma revertida, Mkheidze conseguiu aproveitar a oportunidade e derrubar Michel em waza-ari, deixando a prata para o atleta do SESI-SP, de 20 anos.
Esta foi a segunda medalha dele no Circuito Mundial 2025, consagrando um ótimo início de ciclo. Há duas semanas, foi bronze no Grand Prix da Áustria e despontou como décimo melhor do mundo no ranking da Federação Internacional de Judô. Com o novo pódio, o brasileiro deve ganhar novas posições e se firmar no top 10 da categoria.
Jéssica Lima para na repescagem e fica em sétimo
O segundo melhor resultado brasileiro no dia veio com a peso leve (57kg) Jéssica Lima, que ficou em sétimo lugar. Cabeça-de-chave número dois, ela estreou direto nas oitavas de final e venceu a suíça Binta Ndiaye com um yuko. Mas, nas rodadas seguintes, caiu nos ippon da georgiana Nino Loladze, nas quartas, e da mongol Ichinkhorloo Munkhtsedev, na repescagem.
Ainda no mesmo peso, Bianca Reis (57kg), de 20 anos, estreou com vitória sobre a azeri Fidan Alizada, com um ipponzaço. Mas, nas oitavas, teve confronto duro e parou no yuko da georgiana Eteri Liparteliani, número nove do mundo e um dos principais nomes da categoria.
Já no ligeiro, Natasha Ferreira (48kg), cabeça-de-chave da categoria, folgou na primeira rodada e estreou nas oitavas. Na luta, ela não passou pela espanhola Eva Perez Soler, que viria a conquistar a prata da categoria mais tarde.
No outro lado da chave, Clarice Ribeiro (48kg), de 16 anos, estreante em Grand Slam, venceu a primeira luta contra a georgiana Julieta Rodonaia, sendo superada na rodada seguinte, nas oitavas, pela francesa Shirine Boukli, medalhista olímpica e mundial, nas punições (3-1). Apesar do resultado desfavorável, a brasileira protagonizou um lutão que seguiu até os seis minutos de golden score.
Disputas seguem neste sábado com mais quatro brasileiros
O Grand Slam de Tbilisi volta à ação neste sábado, 22, com mais quatro brasileiros no tatame. No masculino, o único representante do país será o jovem Luan Almeida (81kg), de 19 anos. Ele estreia contra o canadense Arthur Margelidon, um dos fortes nomes do -73kg que recentemente subiu de categoria.
Já no feminino, o Brasil terá dobradinha no meio-médio (63kg) com Ketleyn Quadros e Nauana Silva. Ketleyn enfrenta a israelense Gili Sharir direto na segunda rodada; e Nauana tem pela frente a canadense Jessica Klimkait, medalhista olímpica e campeã mundial no 57kg, que subiu de categoria para o ciclo.
Ainda no feminino, Luana Carvalho (70kg), estreando em competições internacionais em 2025, enfrenta a italiana Giorgia Stangherlin.
*Com Confederação Brasileira de Judô