Falei aqui semanas atrás. O momento era muito favorável a Sérgio Pérez, que pavimentava seus passos para continuar na Red Bull em 2025. Nas duas primeiras corridas desse ano, o mexicano fez o que se esperava dele: chegar logo atrás de Max Verstappen.
No Bahrein e na Arábia Saudita, a Red Bull sobrou. O holandês venceu com folga e Pérez conquistou o segundo lugar com margem. Como abordei aqui, a dupla de pilotos, então, se tornou a única calmaria pelos lados de Milton Keynes.
Teve quem disse que Pérez estava com a renovação encaminhada, mas também teve publicação falando que Christian Horner, chefe da equipe, quer Fernando Alonso ocupando o lugar — talvez, se precavendo de uma possível saída de Verstappen, que está “fechado com Helmut Marko”.
O fato é que a Fórmula 1 muda muito a cada GP. Quem imaginaria uma dobradinha da Ferrari, com Carlos Sainz, ainda em recuperação após cirurgia devido a uma apendicite, guiando o fino? Arrisco a dizer que ganharia mesmo com Verstappen na pista, tamanho ritmo apresentado.
A Red Bull não apresentou ao longo do final de semana a dominância habitual, mas, convenhamos, Pérez chegou atrás da Ferrari e também da McLaren. Não incomodou nessa briga em nenhum momento. Apesar da equipe eximi-lo de culpa, quem está de fora volta com as perguntas: o mexicano é do tamanho da Red Bull?
Também já falei aqui. Por lógica, existe um piloto que já é merecedor da vaga: Yuki Tsunoda. O japonês não é mais aquele aprendiz de seus dois primeiros anos de categoria. Tem se tornando consistente, a ponto de esmagar Nyck De Vries, que chegou badalado a então AlphaTauri no último ano, assim como tem superado Daniel Ricciardo.
O australiano não se encontrou na corrida em casa, enquanto Tsunoda foi sétimo colocado, levando seis pontos para a Racing Bulls — o que é muito importante na disputa pelos construtores, que também tem a Haas furando a bolha de Red Bull, Ferrari, Mercedes, Aston Martin e McLaren entre as cinco primeiras.
James Vowles, chefe da Williams, afirmou em Melbourne que a disputa entre a sexta e a pior equipe será marcada pelo equilíbrio e, talvez, um ou dois pontos seja a distância entre elas. Tsunoda, em uma corrida, colocou a Racing Bulls no sexto posto e abriu uma vantagem de dois tentos para a Haas, bem como para Alpine, Sauber e Williams, que ainda não finalizaram uma corrida entre as 10 primeiras.
Essa consistência aliada aos bons resultados já me fez falar isso nessa coluna. E repito agora: se fosse a Red Bull, olharia com carinho para o japonês e consideraria uma oportunidade na equipe principal.